29 dezembro 2007

Orfandade

Meu Deus,
me dá cinco anos.
Me dá um pé de fedegoso com formiga preta,
me dá um Natal e sua véspera,
o ressonar das pessoas no quartinho.

Me dá a negrinha Fia pra eu brincar,
me dá uma noite pra eu dormir com minha mãe.
me dá a mão, me cura de ser grande,
ó meu Deus, meu pai,
meu pai.

Adélia Prado

4 comentários:

Ela disse...

E Adélia é o que há.
Eu acrescentaria:
Me dá amigos, sempre e avida inteira, para eu compartilhar os momentos de nostalgia.


Beijo querida, que o ano novo traga a realização de todo o bem que você desejar.
Um abraço

Juan B. Morán disse...

Hola Carol

Gracias también por tus visitas, te deseo un feliz 2008, lleno de proyectos y de sueños que se realicen.

Saludos

Marilac disse...

Carol,
Não conheço muito a poesia da Adélia Prado, tinha lido já umas bem irreverentes e me surpreendi com essa hoje.
Ah meus cinco anos...com certeza todos nós as vezes precisamos rezar : Meu Deus me cura de ser grande..
Anos de sonhos esses quando adormecemos no colo da nossa mãe querida.

Sei bem o quanto vocÊ sente saudades da sua querida mãezinha.

bjs
com carinho

Marilac

Grazi . disse...

Eu já conhecia o poema, mas confesso que sempre amoleço na parte "me dá a mão, me cura de ser grande".

Estou curiosa para ver a tua lista ;)

Beijos