10 janeiro 2008

Na Ribeira deste Rio


Na ribeira deste rio
Ou na ribeira daquele
Passam meus dias a fio
Nada me impede, me impele
Me dá calor ou dá frio

Vou vivendo o que o rio faz
Quando o rio não faz nada
Vejo os rastros que ele traz
Numa seqüência arrastada
Do que ficou para trás

Vou vendo e vou meditando
Não bem no rio que passa
Mas só no que estou pensando
Porque o bem dele é que faça
Eu não ver que vai passando

Vou na ribeira do rio
Que está aqui ou ali
E do seu curso me fio
Porque se o vi ou não vi
Ele passa e eu confio

Ele passa e eu confio

©Fernando Pessoa

5 comentários:

devaneiosaovento disse...

"...ele passa e eu confio"

somente o enigmático Pessoa, para nos transportar a esse rio maravilhoso e misterioso.
abraços

*gostei muito, a música em especial aqui me levou a navegar literalmente "as nuvens" que figurativamente ser esse rio, o rio que Pessoa tanto confia.

devaneiosaovento disse...

possa ser*
desculpe Carol
bj

Marilac disse...

Querida Carol,
Muito bonito esse poema,realmente Fernando Pessoa sabe nos transportar para dentro dos seus sentimentos.

O rio passa e eu confio..

Lindo,para mim isso significa que algumas certezas que temos são simples e isso nos dá segurança!A vida segue seu curso assim como um rio e nós vamos aprendendo com ele

Bjs
Marilac

obs: A musica é linda tb

Laura Levorin disse...

Carol,
Mais uma vez,obrigada pela visita.
Seu blog é muitíssimo bem-feito,cheio de criatividade. é maravilhoso passar por aqui e ver tantas coisas lindas.

Tem uma resposta p/vc lá no meu blog.

Um abraço,

Laura ;)

Anônimo disse...

Olá Carol, nunca tinha vindo aqui, amei de verdade o teu espaço, fiquei admirando e babando o teu blog, adorei os detalhes, o relógio, o papai noel, o aquário, amei tudo. Adorei o post e a poesia.

Bjs e fica com Deus.