20 novembro 2007

Horizonte

Fotografia: ©Pedro Casquilho

O mar anterior a nós, teus medos
Tinham coral e praias e arvoredos.
Desvendadas a noite e a cerração,
As tormentas passadas e o mistério,
Abria em flor o Longe, e o Sul sidério
'Splendia sobre as naus da iniciação.

Linha severa da longínqua costa -
Quando a nau se aproxima ergue-se a encosta
Em árvores onde o Longe nada tinha;
Mais perto, abre-se a terra em sons e cores:
E, no desembarcar, há aves, flores,
Onde era só, de longe a abstracta linha.

O sonho é ver as formas invisíveis
Da distância imprecisa, e, com sensíveis
Movimentos da esp'rança e da vontade,
Buscar na linha fria do horizonte
A árvore, a praia, a flor, a ave, a fonte
Os beijos merecidos da Verdade.

Horizonte é poema do Livro Mensagem de Fernando Pessoa

3 comentários:

Ela disse...

eu aposto nos sensíveis movimentos da esperança.

perfeito !

Nena Dolores disse...

Ol�

Fiz um tour pelo seu blog e gostei bastante. Agrade�o sua visita t�o simp�tica e o incentivo, voltarei mais vezes, viu?

Beijo Carinhoso

Marilac disse...

Carol,
Eu adoro o Mar, Adoro Fernando Pessoa e esse poema Horizonte expressa de forma tão linda o que é o sonho..

Bjs
Marilac