31 julho 2009

A Pantera



(No Jardin des Plantes, Paris)

De tanto olhar as grades seu olhar
esmoreceu e nada mais aferra.
Como se houvesse só grades na terra:
grades, apenas grades para olhar.

A onda andante e flexível do seu vulto
em círculos concêntricos decresce,
dança de força em torno a um ponto oculto
no qual um grande impulso se arrefece.

De vez em quando o fecho da pupila
se abre em silêncio. Uma imagem, então,
na tensa paz dos músculos se instila
para morrer no coração.

©Rainer Maria Rilke


(Tradução: Augusto de Campos)

Um comentário:

Maria disse...

QUE BOM TER VOCÊ DE VOLTA, E ESTAR NAS SUAS CASINHAS CAROL, COM VOCÊ E A ANA, TENHO APRENDIDO, A AMAR POESIA,A CONHECER NOVOS ESCRITORES E VELHOS ESCRITORES TAMBÉM !
ASSIM COMO POETAS.
OBRIGADO POR MAIS ESTE LINDO POEMA.
:) DOCE CARINHO

M.M.G.