26 novembro 2007

COISAS DA VIDA

Já perdoei erros quase imperdoáveis, tentei substituir pessoas insubstituíveis e esquecer pessoas inesquecíveis.

Já fiz coisas por impulso, já me decepcionei com pessoas quando nunca pensei me decepcionar, mas também decepcionei alguém.

Já abracei para proteger, já dei risada quando não podia, fiz amigos eternos, amei e fui amado, mas também fui rejeitado, fui amado e não amei.

Já gritei e pulei de tanta felicidade, já vivi de amor e fiz juras eternas...

"Quebrei a cara" muitas vezes!

Já chorei ouvindo música e vendo fotos, já liguei só para escutar uma voz, me apaixonei por um sorriso, já pensei que fosse morrer de tanta saudade e tive medo de perder alguém especial (e acabei perdendo)!

Mas vivi ! E ainda vivo ! Não passo pela vida.

"E você também não deveria passar."

V I V A !!!

Charles Chaplin

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24 novembro 2007

Pequenina Primavera

Ilustração: ©Rebecca Dautremer


por vezes
mesclava-se à paisagem
floria
entre ramos de papoulas
jasmins e romãs maduras.

era quase sempre
ao meio-dia
quando imóvel na piscina
tudo ao redor em si se refletia

numa estranha e colorida simbiose


Márcia Maia



Outras Publicações da Autora em Tábua de Marés e
Mudanças de Ventos

20 novembro 2007

Horizonte

Fotografia: ©Pedro Casquilho

O mar anterior a nós, teus medos
Tinham coral e praias e arvoredos.
Desvendadas a noite e a cerração,
As tormentas passadas e o mistério,
Abria em flor o Longe, e o Sul sidério
'Splendia sobre as naus da iniciação.

Linha severa da longínqua costa -
Quando a nau se aproxima ergue-se a encosta
Em árvores onde o Longe nada tinha;
Mais perto, abre-se a terra em sons e cores:
E, no desembarcar, há aves, flores,
Onde era só, de longe a abstracta linha.

O sonho é ver as formas invisíveis
Da distância imprecisa, e, com sensíveis
Movimentos da esp'rança e da vontade,
Buscar na linha fria do horizonte
A árvore, a praia, a flor, a ave, a fonte
Os beijos merecidos da Verdade.

Horizonte é poema do Livro Mensagem de Fernando Pessoa

18 novembro 2007

Um apelo à paz na Terra


PÁSSARO DE LUZ

Surge no céu
Um passaro de luz
Clareando o sol
Colorindo o chão

Vem de muito além
Das estrelas
Vem semear
A paz que ele reluz

Nosso mundo abençoar

Vai tornar reais
As formas das nuvens
Mais que um simples sonho
Amanhã

Música: Bacamarte

Esta postagem é um Apelo à Paz na Terra,
iniciado pelo blogueiro Lino Resende.

Leia e participe, acessando AQUI!

15 novembro 2007

Tempo


A mim que desde a infância venho vindo
como se o meu destino
fosse o exato destino de uma estrela
apelam incríveis coisas:
pintar as unhas, descobrir a nuca,
piscar os olhos, beber.
Tomo o nome de Deus num vão.
Descobri que a seu tempo
vão me chorar e esquecer.
Vinte anos mais vinte é o que tenho,
mulher ocidental que se fosse homem
amaria chamar-se Eliud Jonathan.
Neste exato momento do dia vinte de julho
de mil novecentos e setenta e seis,
o céu é bruma, está frio, estou feia,
acabo de receber um beijo pelo correio.
Quarenta anos: não quero faca nem queijo. Quero a fome.

Adélia Prado