09 junho 2006

O Moço

Pintura de Matisse


de Moacir Sacramento, o Moa

Não me pergunte quantos anos tenho;
e sim,
quantas cartas mandei e recebi.
Se mais jovem, se mais velho... o que importa,
se ainda sou um fervilhar de sonhos,
se não carrego o fardo da esperança morta!

Não me pergunte quantos anos tenho;
e sim,
Quantos beijos troquei - Beijos de amor!
Se a juventude em mim ainda é festa,
se aproveito de tudo a cada instante
e se eu bebo da taça gota a gota...
Ora! Então pouco se me dá que gota resta!

Não me perguntem...
mas...
queiram saber de mim se criei filhos,
queiram saber de mim que obras eu fiz,
queiram saber de mim que amigos tenho
e se alguém, pude eu tornar feliz.

Não me perguntem...
mas...
queiram saber de mim que livros li,
queiram saber de mim por onde andei,
queiram saber de mim quantas histórias,
quantos versos ouvi, quantos contei.

E assim, somente assim, todos vocês
por mais brancos que estejam meus cabelos,
por mais rugas que vejam no meu rosto,
terão vontade de chamar-me: o moço!
E ao me verem passar aqui... ali...
não saberão ao certo minha idade,
mas saberão, por certo, que eu vivi!

3 comentários:

Unknown disse...

Simplesmente Maravilhoso!

João Carlos Baptista disse...

Um amigo esteve em Conservatoria, a cidade da música, da seresta, e me falou que entre uma música e outra algumas pessoas resitavam poemas. E um poema em particular ficou em sua memoria: "queiram saber de mim que livros li,
queiram saber de mim por onde andei,queiram saber de mim quantas histórias,
quantos versos ouvi, quantos contei."

Muito bom!!

Abraços em todos!

Anônimo disse...
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