Ilustração: ©Johanna Wright
Responder a perguntas não respondo.
Perguntas impossíveis não pergunto.
Só do que sei de mim aos outros conto:
de mim, atravessada pelo mundo.
Toda a minha experiência, o meu estudo,
sou eu mesma que, em solidão paciente,
recolho do que em mim observo e escuto
muda lição, que ninguém mais entende.
O que sou vale mais do que o meu canto.
Apenas em linguagem vou dizendo
caminhos invisíveis por onde ando.
Tudo é secreto e de remoto exemplo.
Todos ouvimos, longe, o apelo do Anjo.
E todos somos pura flor de vento.
©Cecília Meireles
2 comentários:
Neste soneto a humildade de um grande nome da Poesia em Língua Portuguesa.
Boa escolha!
L.B.
Lídia,
Eu gostei muito desse poema assim que o li.
É bom compartilhar o que nos toca o coração...
Seja sempre bem-vinda à minha casa!
Beijos,
Carol
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