Fotografia: ©Rodrigo Bela Vista (www.olhares.com)
Uma parte de mim
é todo mundo:
outra parte é ninguém:
fundo sem fundo.
Uma parte de mim
é multidão:
outra parte estranheza
e solidão.
Uma parte de mim
pesa, pondera:
outra parte
delira.
Uma parte de mim
almoça e janta:
outra parte
se espanta.
Uma parte de mim
é permanente:
outra parte
se sabe de repente.
Uma parte de mim
é só vertigem:
outra parte,
linguagem.
Traduzir uma parte
na outra parte
- que é uma questão
de vida ou morte -
será arte?
©Ferreira Gullar
2 comentários:
Carol,
Gosto deste lindo poema e também dele musicado pelo cantor cearense Fagner.
Ferreira Gullar é um grande poeta, como bem disse a ministra da Cultura de Portugal :
"É para um grande homem da lusofonia que o Prêmio Camões rende homenagem".
bjs
Marilac
Gosto tanto deste poema :))
ah, eu tenho algumas estrelas no teto do meu quarto. quando eu apago a luz elas brilham um pouco *.*
o céu daqui virou uma festa, pois eu acabei colocando flores, bichinhos e tudo mais, rsrs.
obrigada por aparecer no meu reino :)
um beijo moça.
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