Fotografia: ©Cidinha Madeiro
É tão cedo que quase não há luz do lado de fora.
Estou de pé junto à janela.
Tenho na mão uma xícara de café,
e na cabeça aquilo que por essas horas
costumamos confundir com pensamentos.
e na cabeça aquilo que por essas horas
costumamos confundir com pensamentos.
Então vejo o garoto com seu amigo
chegando pela rua
para entregar o jornal.
chegando pela rua
para entregar o jornal.
Estão com gorros e pulôveres,
e um deles transporta uma mochila no ombro.
Parecem tão felizes
que nem abrem a boca, estes dois meninos.
e um deles transporta uma mochila no ombro.
Parecem tão felizes
que nem abrem a boca, estes dois meninos.
Creio que, se pudessem,
andariam de mãos dadas.
É tão cedo de manhã, e eles
estão fazendo juntos o trabalho.
É tão cedo de manhã, e eles
estão fazendo juntos o trabalho.
Aproximam-se lentamente.
O céu só agora começa a se iluminar,
embora a lua ainda se incline sobre a água.
O céu só agora começa a se iluminar,
embora a lua ainda se incline sobre a água.
É tanta beleza que, por um minuto,
a ambição ou a morte, e mesmo o próprio amor,
nada têm a ver com tudo isto.
a ambição ou a morte, e mesmo o próprio amor,
nada têm a ver com tudo isto.
Felicidade vem sem que a chamem
e transcende qualquer argumentação
matutina a respeito.
e transcende qualquer argumentação
matutina a respeito.
©Raymond Carver
2 comentários:
Lindo! Parece que os meninos saíram do barco e foram pela rua fora!
Jorge,
Para mim, esse poema abre espaço para muitas possibilidades, feito o vento...
Que bom que correu solto com os meninos do poema!
Abs,
Carol
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