Para isso fomos feitos:
Para lembrar e ser lembrados
Para chorar e fazer chorar
Para enterrar os nossos mortos –
Por isso temos braços longos para os adeuses
Mãos para colher o que foi dado
Dedos para cavar a terra.
Assim será a nossa vida:
Uma tarde sempre a esquecer
Uma estrela a se apagar na treva
Um caminho entre dois túmulos –
Por isso precisamos velar
Falar baixo, pisar leve, ver
A noite dormir em silêncio.
Não há muito que dizer:
Uma canção sobre um berço
Um verso, talvez, de amor
Uma prece por quem se vai –
Mas que essa hora não esqueça
E por ela os nossos corações
Se deixem, graves e simples.
Pois para isso fomos feitos:
Para a esperança no milagre
Para a participação da poesia
Para ver a face da morte –
De repente nunca mais esperaremos...
Hoje a noite é jovem; da morte, apenas
Nascemos, imensamente.
Vinicius de Moraes
Para lembrar e ser lembrados
Para chorar e fazer chorar
Para enterrar os nossos mortos –
Por isso temos braços longos para os adeuses
Mãos para colher o que foi dado
Dedos para cavar a terra.
Assim será a nossa vida:
Uma tarde sempre a esquecer
Uma estrela a se apagar na treva
Um caminho entre dois túmulos –
Por isso precisamos velar
Falar baixo, pisar leve, ver
A noite dormir em silêncio.
Não há muito que dizer:
Uma canção sobre um berço
Um verso, talvez, de amor
Uma prece por quem se vai –
Mas que essa hora não esqueça
E por ela os nossos corações
Se deixem, graves e simples.
Pois para isso fomos feitos:
Para a esperança no milagre
Para a participação da poesia
Para ver a face da morte –
De repente nunca mais esperaremos...
Hoje a noite é jovem; da morte, apenas
Nascemos, imensamente.
Vinicius de Moraes
7 comentários:
Amiga Carol,
Natal nunca me foi das mais inspiradoras festas, sobretudo nesses últimos anos, em que tenho coberto o carnaval, uma das minhas paixões.
Mas este ano o Natal é atípico: ele chega num momento muito peculiar da minha vida -- peculiar porque não quero usar um adjetivo triste para qualificá-la, fruto do meu sensor me pedindo cautela com o "fazer drama". rs
Dezembro foi um mês complicado em diferentes situações - casa, vida, trabalho. Por isso, mais do que tudo, não ouso discordar das palavras de Vinícius: "Hoje a noite é jovem; da morte, apenas
Nascemos, imensamente".
Isso não me impede, claro, de externar os meus mais sinceros votos de Feliz Natal a você, sua família e às pessoas queridas ao seu redor.
E obrigado pela visita e pelas palavras sempre positivas no Velha Casa.
Um beijo,
Daniel
Querida Carol
Gosto muito desse poema de Vinícius sobre o Natal, e falando em Natal,aproveito para desejar a vc os mais sinceros bons votos, com muita luz, saúde e alegrias, nesse Natal e Ano Novo, sentimentos que desejo que sejam constantes em sua vida,não apenas nessas datas, mas sim presentes em cada amanhecer, e que a inspiração tome conta de seus dias,pois adoro seu lado escritora e poetisa,
são meus sinceros votos,
da amiga
Edna
AH! O Natal...
E com Carol e com Vinícius...
Fica ainda melhor!
Vinicius tem sempre as palavras certas nas horas certas. Adoro esse poema, assim como tantos outros dele, tão focados. Sei que a data já passou, mas espero que tenha tido um Natal como aqueles da nossa infância - que todo mundo adora e sente saudades. E adianto os meus desejos para que 2008 seja um ano que você tenha muitas alegrias e realizações. Um beijo,
Grazi.
Lindo Carol... não conhecia. Vinicios semore sabe o quei diz... bjkss
Querida Carol,
Esse poema é belo e ao mesmo tempo tão triste!
Hoje comentei com Manuel esse sentimento que sempre tenho quando os fogos anunciam o novo ano: o que me aguarda ? Quais as perdas, quais os ganhos que esse novo ano traz ? A vida é assim...Bem mas vamos nos concentrar nos ganhos e Ter Esperança ,como Vinicius também diz no mesmo poema:
Pois para isso fomos feitos:
Para a esperança no milagre
Para a participação da poesia
Beijos
Um 2008 abençoado!
com carinho,
Marilac
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